quinta-feira

Bate papo com uma Poderosa

Num bate papo com a Auxiliar de saúde bucal do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro , Aline Pelluso,  descobri como ela faz para conciliar a vida pessoal com a profissional.

Poderosa - O que é ser uma mulher moderna para você?
Aline Pelluso – É simples e ao mesmo tempo complicado. Não é fácil conciliar carreira com vida pessoal, ainda mais quando se é mãe solteira. Tenho uma filha de 7 anos que se chama Maria Eduarda, moro sozinha e preciso me desdobrar para dar uma educação com princípios a ela e ao mesmo tempo me dedicar à profissão. Em janeiro faço 10 anos de Corpo de Bombeiros. Como trabalho por escala nos dias de folga procuro aproveitar o tempo com a minha filha, além disso tenho uma pessoa que cuida dela quando estou trabalhando.

Quais são as dificuldades que encontra na relação mãe e filha?
Acho que senti mais dificuldade no começo, quando minha filha tinha 9 meses e eu tive que voltar para o quartel. Foi um tempo difícil, ela ainda mamava, meus seios doíam e não consegui tirar leite com a bomba, tinha que tirar de forma manual. Quando ela cresceu mais um pouco foi para a creche e teve uma boa adaptação. E hoje , ela compreende que tenho que trabalhar para poder sustentá-la. Outra coisa que considero como o lado ruim é que várias vezes, Maria (minha filha) teve que deixar de ir a festas porque não tinha como acompanhá-la. No ano passado ela deixou de participar de uma Olimpíada na escola porque o motorista da condução que a leva para o colégio todos os dias não pôde buscá-la e eu estava escalada no quartel e não podia faltar. O que dói mesmo é o coração de mãe.


Como foi a escolha da profissão?
Eu entrei no Corpo de Bombeiros quando estava perto de completar 19 anos, não conhecia nada de militarismo, pensei algumas vezes em desistir, mas com incentivo das colegas de trabalho e da minha mãe, continuei. Na verdade eu queria fazer teatro, porém minha mãe que é bombeira me inscreveu no concurso e fez com que eu estudasse. Não passei de primeira, apenas na segunda vez que fiz a prova é que fui classificada. No primeiro concurso cheguei a ficar de castigo porque não queria estudar. Digo que me tornei bombeira por acaso e não por escolha, porém hoje tenho orgulho e amo minha profissão, tenho uma postura e conduta que levo também para a vida pessoal. É gratificante parar na rua e poder socorrer alguém, não como combatente porque sou da área de saúde bucal e trabalho com os dentistas, mas se tiver uma pessoa caída na rua, por exemplo, eu paro, me identifico, ligo para o 193 e presto-lhe os primeiros socorros.

Sobra tempo para cuidar de você?
Sim, tem que ter vaidade, principalmente porque trabalho com pacientes, com um público em geral. Não adianta estar com a farda limpinha e ter a unha e a sobrancelha por fazer, um cabelo desleixado. É preciso ter boa aparência, até mesmo para passar uma tranqüilidade para as pessoas que chegam ao consultório. Mas se hoje sou mais vaidosa foi porque minhas amigas me incentivaram, antes não era. Vou a salão, faço cabelo, unha e saio também para me divertir.

Mensagem para as poderosas...
Quero dizer para as mulheres poderosas, que estudem para conseguir uma carreira e ter estabilidade. E uma dica para se ter sucesso é querer, batalhar e perseverar. Incentivo também a fazer um concurso público.


Por Alessandra Gualberto



2 comentários:

Beto disse...

Gostei muito da matéria... esse blog vai longe!

Adriana Nóbrega disse...

Arrasou amiga! Beijos

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